terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Doença celíaca.

A Doença Celíaca é uma doença de caráter auto-imune que acomete o intestino delgado, devido a uma intolerância alimentar ao glúten existente no trigo, cevada, centeio e aveia. Estes em contanto com a mucosa intestinal causam uma reação imunológica que leva a perda das vilosidades do trato intestinal, que são responsáveis pela absorção de proteínas, sais e fluídos levando a um quadro de desnutrição que é dependente da intensidade e extensão do comprometimento da mucosa.
Os sintomas podem ser variáveis na apresentação e na intensidade incluíndo diarréia, constipação intestinal, cólica intestinal, gazes em excesso, soluços e vomitos, emagrecimento, indisposição, anemia, perda de apetite; retardo de crescimento no caso de crianças, na puberdade em adolescentes e menopausa precoce em adultos. 

Pode ser observada em associação com outras patologias como anemias ferroprivas refratárias, desnutrição, hipotireoidismo, diabetes juvenil, osteopenia, osteoporose, esterelidade, abortos de repetição, fibrose cística, depressão, neuropatias, dermatite herpetiforme, síndromes genéticas, aftoses de repetição e neoplasias do trato gastrointestinal.


É uma doença que afeta mais as crianças, mulheres e brancos. Pode apresentar uma evolução silenciosa por anos com poucos ou nenhum sintoma, podendo ser diagnóstica em adultos de meia idade.

O diagnóstico é baseado na apresentação clínica e com ajuda dos exames laboratoriais que seriam a biopsia da mucosa do intestino delgado, pesquisa de anticorpos anti-gliadina, anti-endomísio, anti-reticulina e anti-transglutaminase tecidual, além daqueles relativos as possíveis outras doenças associadas.

O tratamento além de sintomático é baseado na dieta com ausência do glúten, que está presente em bolos, tortas, biscoitos, salgadinhos, pizzas, pães, etc. Lembrando que muitos alimentos ditos que "não contém glúten" pode estar precariamente preparado ou com contaminação acidental deste durante sua manipulação que pode ocorrer em maquinários comuns.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Desafios dos jovens no século XXI.
















Foi publicado na revista Interativa da Sociedade Mineira de Cardiologia ano 02 número 08.
Novas competências: exigências do século XXI – Sobre os desafios/ habilidades que nossos jovens precisam superar/ adquirir neste mundo globalizado. Elas se baseiam no livro “Códigos da Modernidade” de José Bernardo Toro da “Fundación Social” da Colômbia.
1- Domínio da leitura e da escrita. Ou seja, já não basta saber ler e escrever, é preciso saber interpretar o que se lê e formalizar comunicação adequada usando de palavras, números e imagens.

2- Capacidade de fazer cálculos e de resolver problemas. Ou seja, utilizar de sua capacidade de raciocínio para analisar problemas e propor soluções adequadas a cada situação.

3- Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações. Ou seja, vivemos dentro de um contexto histórico, temos de aprender a manejar os símbolos, signos, dados, códigos e outras formas de expressão da linguagem, buscando causas e conseqüências deste movimento histórico. O que certamente nos remeterá ao item 2, propor soluções.

4- Capacidade de compreender e atuar em seu entorno. Ou seja, Como vivemos em sociedade, analisar e procurar respostas para os desafios do seu mundo, atuando como verdadeiros cidadãos.

5- Receber criticamente os meios de comunicação. Ou seja, A mídia nos bombardeia a cada dia com mensagens muitas vezes indiretas, subliminares de boas e indesejáveis práticas. Aprender a tirar proveito das informações para o seu crescimento é a meta. O sucesso ou a felicidade, necessariamente, não está relacionado a marca de um automóvel ou ao fato de seu ator/atriz preferido(a) aparecer fumando, bebendo ou usando determinada grife na televisão.

6- Capacidade para localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada. Ou seja, conhecimento a toda hora e toda prova, saber utilizar e bem as ferramentas que a tecnologia nos oferece e que se encontram na internet, nas bibliotecas, museus e publicações, além de outras.

7- Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo. Ou seja, nenhum homem é uma ilha, trabalhar e construir um projeto em grupo e em prol de todos, tornando melhor nossa sociedade.

P.s.: Em itálico a reprodução fiel do texto, em grafia comum, analise do autor do Blog.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Herpes Zoster - Varicela
















Quando criança muitas vezes adquirimos Catapora/ Varicela que é uma doença viral, aguda, que se inícia com manchas-pápulas mais no tronco do corpo e que se transformam em pequenas lesões vesículares (bolhas) e acabam por evoluir para pústulas, com formação de crostas finalmente após 3-4 dias. Podem acompanhar febre, prurido, infecção secundária das lesões, irritabilidade e mal estar. É uma doença geralmente benigna e autolimitada. Quando adultos o vírus da varicela que andava adormecido nos gânglios dos nervosos pode resurgir como Herpes Zoster, que pode ter uma evolução benigna e até letal. Excepcionalmente em contato com pacientes com Varicela ou Herpes Zoster podemos desenvolver a doença, assim como uma criança em contato com um doente de Herpes pode desenvolver Varicela. É um RNA vírus da família Herpetoviridae.

Manifestações clínicas: Relatos de dores nevrálgicas, parestesias, ardor, queimação, prurido, bem como cefaléia, febre e mal-estar podem preceder o aparecimento das lesões da pele. As erupções cutâneas (vesículas-bolhas) geralmente são unilaterais e sobre uma base avermelhada e acompanham o trajeto de um nervo periférico. Surgem gradualmente num período de 2-4 dias e acabam por formar crostas (casca da ferida) evoluindo para cura em 2-4 semanas. Atacam mais o tórax, pescoço, face e a coluna lombar - nesta ordem.

Modo de transmissão: Contato direto pessoa a pessoa, através de secreções respiratórias, raramente no contato com as lesões, através de contato com objetos contaminados com secreções das vesículas e mucosas contaminadas.

Período de incubação: 10 - 20 dias, média de 14 - 16 dias ou dependendo do estado imunológico do indivíduo.

Período de contaminação: 2 dias antes do aparecimento das lesões e enquanto durarem as vesículas.

Complicações: Infecção secundária das vesículas, septicemia, síndrome de Reye quando do uso do ácido acetilsalicílico (AAS), infecção fetal na gravidez, imunodeprimidos podem ter uma forma grave e disseminada, varicela hemorrágica, nevrálgia pós-herpética que seria a duração da dor após as lesões por um período superior a 4-6 semanas.

Diagnóstico: Clínico ou laboratorial com citologia, sorologias específicas, PCR.

Diagnóstico diferencial: Varíola (erradicada), coxsackioses, infecções cutâneas, dermatite herpetiforme de During Brocq, rickettsioses.

Tratamento: Da varicela em criança não há tratamento específico, podendo ser tópico com permanganato de potássio ou água boricada várias vezes ao dia... Para o Herpes zoster empregam-se antivirais como aciclovir, fanciclovir ou outros... A neurite pós-herpética não possui um tratamento específico, creme de capsoicina, lidocaína gel, amitriptilina, carbamazepina, benzodiazepínicos, rizotomia, termoregulação e simpactetomia podem ser empregados com resultados variáveis.

Atenção: Tem sido observado Herpes zoster numa maior porcentagem em pacientes HIV positivo. É importante a pesquisa do mesmo em pessoas suceptíveis, lembrando que nem todos os casos significam presença do HIV.

A vacinação, não faz parte do calendário oficial, e a Imunoglobulina humana antivaricela-zoster devem ser ministrados até 96 horas após o contato. Sendo que ambas tem suas indicações, efeitos colaterais, contra-indicações e precauções bem definidas que seram avaliadas pelo seu médico assistente e/ou serviço de vacinação. São muito úteis.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Doença Herpética.
















A doença herpética é causada por dois tipos de vírus, o tipo 1 com prevalência nos lábios e mucosa da boca e o tipo 2 com preferência pela região genital. Suas manifestações são distintas individualmente já que dependem do estado imunológico do portador. O seu causador é o Herpesvirus hominus, DNA vírus, da família Herpesviridae. Tem como característica a capacidade de ficar em latência no organismo por longos períodos, com reativações esporádicas, causando os sinais e sintomas que serão descritos.
Manifestações clínicas da doença:


- Primo-infecção herpética: Em geral passa despercebida e ocorre quando o indivíduo adquire o vírus. Em alguns casos o paciente já manifesta os sinais e sintomas que podem ser graves e perdurar por até algumas semanas. Passado algum tempo o vírus entra em latência indo se alojar nos gânglios de nervos cranianos ou da medula, quando reativados migram pelos nervos periféricos, causando as lesões típicas em pele e mucosas.

- Gengivoestomatite herpética primária: Mais comum em crianças, pode variar de discreto a apresentações graves, com febre, vesículas (lesões bolhosas), adenopatias (ínguas) comprometimento do estado geral, edema da gengiva, transformação das vesículas em ulcerações e dificuldade para alimentação. Pode comprometer, também, a faringe e região vulvo-vaginal. Duração de até 6 semanas com cura e sem seqüelas.

- Herpes recidivante: Mais comum em adultos, nos lábios e mucosa da boca, com aparecimento de vesículas na área onde ocorreu a inoculação inicial do vírus. Seu aparecimento é precedido de horas ou dias de ardor, queimação ou coceira no local. Sobre uma base eritematosa (avermelhada) surgem as vesículas, que com seu rompimento formam ulcerações. Tem como fatores desencadeantes traumas locais, exposição solar, estresse, menstruação e infecções respiratórias.

- Herpes genital: As primeiras lesões surgem normalmente 5-10 dias após a contaminação pelo herpes vírus tipo 2. Apresenta prurido, ardor e as vesículas dolorosas no pênis, vulva ou ânus, que podem evoluir para ulcerações. O quadro pode ser acompanhado de dor de cabeça, febre e ínguas na virilha. Dura de 5 a 10 dias.

- Conjuntivite herpética: A contaminação inicial pode ocorrer no olho, com vesículas e ulcerações na conjuntiva ou córnea. Podem ocorrer recidivas e eventualmente causar cegueira. Uma forma de contaminação é o beijo nos olhos quando com lesões orais em atividade.
- Herpes simples neonatal: Ocorre devido a contaminação do recém-nascido na hora do parto, desde que a mãe apresente as lesões herpéticas em atividade. Neste caso se opta pela cesareana. As lesões são vesíco-bolhosas e graves, podendo levar a óbito e até deixar seqüelas neurológicas ou oculares.

- Panarício herpético: Recidivante e acomete os dedos das mãos e pés. São vesículas que podem formar uma única bolha, com adenopatias (ínguas) e até febre.
- Herpes neurológico: Por ser um vírus neurotrópico o acometimento do sistema nervoso central pode ocorrer com meningite, encefalite, radiculopatia e mielite transversa.

- Herpes em imunodeprimidos: O vírus em latência no organismo pode surgir com formas até graves em pacientes que apresentam alteração do seu estado imunológico como na AIDS, neoplasias, transplantados, doenças crônicas e outras infecções graves.

- Herpes na Gravidez: Quando o contágio inicial ocorre durante a gravidez a chance de complicações obstétricas é maior, tipo aborto ou contaminação fetal. A cesareana deve ser avaliada em parturientes contaminadas.

Modos de transmissão: Contato íntimo com superfície mucosa ou lesão infectante. No meio ambiente o vírus é rapidamente inativado. A transmissão assintomática pode ocorrer, sendo mais comum após 3 meses da primo-infecção e na ausência de anticorpos contra o HSV-1.

Período de incubação de 1 a 26 dias com média de 8 dias.

Período de transmissão de 4 a 12 dias após primeiros sintomas.

O diagnóstico é eminentemente clínico, apesar de haver testes como citológico de tzanck, sorologias específicas e PCR.

Tratamento com antivirais tipo aciclovir, valaciclovir e fanciclovir.

Medidas de controle: A busca por uma vacina representará o controle sobre a doença que possui uma elevada taxa de transmissão. O uso de preservativos masculinos ou femininos impedem o contato das lesões nas áreas por eles recobertas, mas não lesões na base do pênis, escroto ou áreas expostas da vulva. É importante a pesquisa de outras doenças sexualmente transmissíveis concomitantes.