terça-feira, 13 de setembro de 2011

Meningite.

















A meningite é uma doença infecto-contagiosa que acomete o sistema nervoso central, mais especificamente as meninges, que são membranas que envolvem o cerebro e que tem a função de proteção. Pode ficar localizada ou se expandir ao tecido neuroencefálico e até evoluir para complicações sistêmicas.

A septicemia meningocócica apresenta mal estar súbito, prostação, febre alta, calafrios e sinais hemorrágicos na pele - petéquias e equimoses - que seriam pequenos pontos ou manchas avermelhadas/arroxeadas pelo corpo.

A meningite propriamente dita pode se apresentar de forma súbita, com febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, além de sinais de irritação meníngea como a rigidez da nuca, sinais de Kerning - flexão da perna sobre o corpo, involutariamente, quando deitado e se assenta; manobra de Laségue - flexão da perna contraleral ao se fletir uma das pernas sobre o tronco; sinal de Brudzinski - flexão da perna sobre o corpo, involutária, quando se tenta fletir a cabeça. Atenção, não se preocupe em identificar os sinais e sim fique atento as queixas do paciente, para que possa encaminhá-lo o mais breve possível para um atendimento médico.

Dependendo do nível de comprometimento da infecção o paciente pode apresentar uma consciência normal, sonolento, torporoso ou até em coma.

A meningoencefalite apresenta alterações do nível de consciência, dos reflexos superficiais e osteotendinosos, bem como sinais de irritação meníngea, já citados anteriormente.

Recém-nascidos raramente apresentam sinais de irritação das meninges. Devemos ficar atentos a febre, irritabilidade ou agitação, choro intenso, recusa alimentar, presença ou não de vômitos, convulsões e até abaulamento da fontanela - moleira.

A doença é causada por uma bactéria, Neisseria meningitidis, diplococos gram-negativo, sendo que ela apresenta vários sorotipos, os mais importantes são: A, B, C, W135 e Y, além de outros.
 
O modo de transmissão é através de gotículas salivares de uma pessoa doente ou de um portador são.
 
O período de incubação - tempo necessário para aparecimento dos primeiros sinais - varia de 2 a 10 dias, com uma média de 3 a 4 dias.
 
O período de transmissibillidade dura enquanto a bactéria estiver alojada no nariz ou na boca e cessa após cerca de 24 horas do início do antibiótico.
 
As posssíveis complicações seriam: necroses cutâneas onde ocorrem as equimoses, surdez, artrite, miocardite, pericardite, paralisias, paresias, abscessos cerebrais, hidrocefalias, etc. Estas dependem do tempo da procura por auxílio médico, da virulência da bactéria que acomete o paciente, da resistência individual da pessoa e dos recursos hospitalares disponíveis.
 
O diagnóstico é feito através do isolamento da bactéria no sangue ou no líquor - líquido da espinha, além de outros.
 
O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras meningites, causadas por outros agentes; encefalites, febre purpúrica e septicemias.
 
O tratamento é feito com antibióticos, via venosa, em ambiente hospitalar.
 
A prevenção dos contactantes com um paciente suspeito de meningite é feita com antibióticos por um curto período de tempo, via oral - pela boca, e que podem evitar o surgimento de novos casos da doença.
 
A vacinação depende do sorotipo envolvido naquela epidemia ou endemia e de políticas públicas, já que a vacinação confere imunidade por um curto período de tempo.
 
O isolamento do paciente só é necessário até as primeiras 24 horas do início do antibiótico.
 
Fonte: Manual de Doença Infecto-contagiosa do Ministério da Saúde, 6edição.