segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Esclerose Múltipla

















É uma doença crônica que acomete mais as mulheres e tem uma incidência de 10 casos para cada 100 mil brasileiros entre os 20 e 30 anos de idade. De causa imunológica, o organismo passa a produzir anticorpos contra a bainha de mielina que envolve os nervos, o que leva a comprometimento das funções motoras,  visuais, linguagem e outras. Com o evoluir da doença podemos observar fraquezas musculares, alterações da sensibillidade, formigamento nas pernas, perda da visão, tonteiras, tremores, além de outros sintomas. O tratamento curativo ainda não é possível, o uso de imunomoduladores tipo anticorpos monoclonais pode estabilizar o quadro. Tratamentos alternativos ajudariam melhorando a performance dos pacientes, como dança, trabalhos manuais, exercícios físicos e psicoterapia.

Causas:
Não se conhece a causa da EM. Algumas teorias apontam um vírus ou outro agente infeccioso e/ou um problema auto-imunes, o sistema imunologico ataca as células do próprio organismo em vez de atacar os invasores estranhos. Toxinas, traumas, deficiências nutricionais e outros fatores que possam levar  a destruição da mielina também são possíveis causas. Fatos conhecidos que antecedem o início da EM incluem sobrecarga de trabalho, fadiga, período pós-parto em mulheres, infecções agudas e febres.
Sinais e sintomas:
Os sinais e sintomas podem ser leves e estar presente por anos antes de ser constatada a esclerose múltipla. Uma vez diagnosticada a doença, os sintomas duram horas a semanas, variando dia a dia, podendo surgir e desaparecer sem um padrão previsível. Esses sintomas incluem:
  • Cansaço, que pode ser extremo.
  • Fraqueza progressiva.
  • Formigamentos.
  • Câimbras.
  • Má coordenação motora (tremor nas mãos)
  • Problemas urinários (urinar freqüentemente, difícil controle da urina, infecções e incontinência)
  • Visão borrada, visão dupla ou perda de visão em um dos olhos.
  • Alterações do humor, irritabilidade, depressão, ansiedade, euforia.
  • Dificuldade para engolir alimentos, inicialmente para sólidos.
Exames laboratoriais:
Podem ser solicitados ressonância nuclear magnética, exame do liquor da espinha, eletroneuromiografia e potenciais evocados, além de outros.

Tratamentos e cuidados:

 Ainda não existe cura, mas vários passos podem ser dados para se viver melhor com essa doença. Estes incluem:
  •  Repouso.
  • Tratar as infecções bacterianas e quadros febris na fase inicial.
  • Minimizar as situações estressantes, especialmente as que demandam muito esforço físico, pois o estresse físico agrava os sintomas.
  • Manter-se longe do sol e do calor, pois o aumento da temperatura corpórea pode agravar os sintomas.
  • Evite banhos quentes, pois podem agravar os sintomas. De fato, banhos frios ou natação podem melhorar os sintomas, pois baixam as temperatura do corpo.
  • Mantenha uma rotina normal no trabalho e em casa, se as atividades não forem muito intensas
  • Faça exercícios regularmente (atividade física pode ajudar)
  • Faça massagens para manter o tônus muscular
  • Faca aconselhamento psicológico
  • Tomem as medicações prescritas. Estas podem incluir:
Interferon.
Corticóide.
Antiespasmódicos.
Relaxantes musculares.
Antidepressivos.
Ansiolíticos.
Antibióticos (para tratar as infecções).
Medicações para controlar a função urinária.
Imunomoduladores/ imunossupressores.

Utilidade pública:
- Associação Mineira de Apoio a Portadores de Esclerose Múltipla (AMAPEM).
- Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM).

Fontes:
- Revista BH de setembro de 2011.
- Lincx – Serviços de Saúde.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Doença de Kawasaki

















A doença de Kawasaki acomete principalmente crianças pequenas, média de 2,6 anos, e tem um acometimento tanto da pele, quanto de órgãos nobres do corpo humano. Acomete mais meninos do que meninas. É uma vasculite -inflamação dos vasos sanguíneos- generalizada  desencadeada por antígenos  que levam a uma reação imuno-inflamatória e pode durar até 10 semanas.

Sinais e sintomas:
- Febre que pode durar até 12 dias.
- Diarréia.
- Artrite - inflamação das juntas/ articulações- joelho, quadril, cotovelos.
- Eritema da pele - vermelhidão.
- As lesões da pele podem ser dolorosas.
- Edema -inchaço- dos dedos, mãos e pés.
- Lábios vermelhos, ressecados, rachados e com crostas.
- Língua em "morango" - vermelha com hipertrofia das papilas línguais.
- Os olhos ficam congestionados/ conjuntivite podendo durar até 3 semanas.
- Adenites -ínguas- no pescoço.
- Descamação da pele das mãos/ pés quando começa a desaparecer o eritema da pele.
- Na fase de recuperação podemos ter queda de cabelo -eflúvio telógeno- e unhas sulcadas -linhas Beau.

Complicações:
- Meningite asséptica -sem bactéria.
- Miocardite.
- Aneurismas nas artérias coronarianas.
- Arritmias cardíacas.
- Insuficiência cardíaca.
- Infarto do miocárdio.
- Uretrites.
- Pneumonia.
- Obstrução intestinal.
- Acidente vascular cerebral -AVC.
- Mortalidade de até 2,8% dos casos.

Exames de laboratório:
- Alterações das enzimas do fígado.
- Elevação dos glóbulos brancos no sangue.
- Elevação das plaquetas no sangue.
- VHS elevada.
- Piócitos na urina.
- Eletrocardiograma alterado.
- Ecocardiograma com aneurismas das coronarianas em 20% dos casos.

Diagnóstico diferencial:
- Alergia medicamentosa.
- Artrite reumatóide juvenil.
- Mononucleose infecciosa.
- Exantemas -vermelhidão- virais.
- Leptospirose.
- Doença dos carrapatos.
- Choque tóxico.
- Pele escaldada pelo estafilocócico.
- Eritema multiforme.
- Doença do soro.
- Lupus eritematoso sistêmico.
- Artrite reativa.

Critérios para diagnóstico:
- Picos febris com mais de 39 graus de temperatura por mais de 5 dias e sem causa aparente.
- Congestão nos olhos.
- Nas mucosas: lábios inchados/fissurados ou faringe irritada ou língua em "morango".
- Nos membros: vermelhidão das mão/pés ou edema das mãos/pés ou descamação da pele entorno das unhas.
- Vermelhidão -eritema- da pele.
- Ínguas no pescoço -Adenite.

Tratamento:
- Inicialmente hospitalização para avaliar e/ou acompanhar complicações cardíacas.

São médicos que podem ajudar no diagnóstico e acompanhamento da criança o pediatra, sem dúvida, infectologista e cardiologista se for o caso, outros se necessário (SN).

Fonte: Dermatologia de Fitzpatrick, 6a edição.