terça-feira, 16 de junho de 2009

Pressão Alta.
















A pressão alta ou HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) passa a existir quando as medidas da pressão arterial sistólica (máxima) é ≥ 140 mmHg e da pressão arterial diastólica (mínima) é ≥ 90 mmHg. Observadas em mais de uma medida e de forma conjunta ou isolada, já que podemos falar em hipertensão arterial sisto-diastólica ( máxima e mínima) ou hipertensão arterial sistólica (só a máxima) ou hipertensão arterial diastólica (só a mínima).


Dados colhidos apontam que cerca de 25-30% dos brasileiros são hipertensos e que cerca de 32% das mortes são devidas as doenças cardiovasculares, sendo o AVC (Acidente Vascular Cerebral) mais preponderante que o IAM (Infarto Agudo do Miocárdio).

A vasoconstrição periférica é de longe a gênese mais comum da HAS, sendo esta mediada pelo SRAA (Sistema Renina Angiotensina Aldosterona) e pelo sistema nervoso simpático. Estes além da vasoconstrição dos vasos arteriais causam hipertrofia da vasculatura e do coração, além de reabsorção de sódio (popular sal), sede, secreção de aldosterona, aumento do tônus simpático, liberação de catecolaminas, aumento de radicais de oxigênio, ação pró-trombótica, proteinúria.

A HAS apresenta uma tendência familiar, podendo ser observada em vários membros de uma mesma família. Geneticamente há vários genes envolvidos na sua origem, o que a torna multicausal, entretanto, não há dúvida de que o estímulo ambiental associado a genética contribuem para o aparecimento da doença.

Qual a participação do sal na HAS? A ingestão excessiva de sal nos alimentos leva a uma maior retenção de água, com conseqüente aumento do volume de sangue e da PA (pressão arterial). O rim equilibra este fenômeno eliminando mais sal e água no indivíduo normal, no hipertenso há uma diminuição desta capacidade o que ajuda a manter níveis elevados de PA.

Outros fatores estariam associados a HAS como sedentarismo, obesidade, alterações da glicose, uso exagerado de álcool... Na obesidade convivemos com um aumento do volume de sangue e consequentemente com um aumento da quantidade de sangue bombeada pelo coração, além de um aumento da atividade do sistema nervoso simpático e do SRAA próprio do tecido adiposo que propiciam a constrição dos vasos, bem como diminuição da função do óxido nítrico que é um dilatador natural dos vasos.

Tamanho da barriga é documento? Sim, circunferências abdominais em homens >102 cm e nas mulheres >88 cm implicam em maior risco de doenças cardiovasculares. Ou seja, vamos perder a barriga, até a estética agradece.

Quando se avalia um paciente com HAS objetivamos estabelecer os níveis de sua PA, a possibilidade de lesões em órgãos alvos (cérebro- rim- coração) estabelecer a existência de outros fatores de risco cardiovascular e a possibilidade de HAS de causa secundária.

Exames laboratoriais sugeridos: Eletrocardiograma, glicose, colesterol, triglicerídeos, creatinina, potássio, hemograma, rotina de urina... Em diabéticos a microalbuminúria em amostra única ou noturna ou em urina de 24 horas, hemoglobina glicosilada e glicemia pós-prandial estão indicados.

O Ecocardiograma se presta a avaliar a massa cardíaca (hipertrofia ventricular) e disfunções na capacidade do coração de mandar e receber sangue( disfunção sistólica e diastólica).

Causas secundárias de HAS: Antes de tudo deve ser dito que existem sinais, sintomas e situações muito sugestivas destas alterações, já que elas são causas raras de pressão alta. A maioria dos pacientes hipertensos o é devido a causas familiares. Deixe seu médico bem à vontade para analisar o quadro clínico e sugerir outros possíveis exames. Não se desespere com tantos nomes técnicos, certo!

- Doença renal crônica... Ultra-som renal, renograma isotópico, biopsia renal.

- Hipertensão arterial renovascular (comprometimento das artérias dos rins)... Doppler de artérias renais, renograma isotópico pré e pós-captopril, RNM, Angio TC, arteriografia renal.

- Coarctação da aorta... Ecocardiograma, aortografia.

- Hiperaldosteronismo... Potássio sérico, Aldosterona e renina plasmática, TC ou RNM das adrenais.

- Feocromocitoma... Emagrecimento e diagnóstico diferencial com síndrome do pânico devem ser avaliados, sendo que no último a HAS seria devido à circulação hipercinética ou hipertensão paroxística... Metanefrinas em urina de 24 horas, catecolaminas plasmáticas, TC ou RNM.

- Outras causas endócrinas: Síndrome de Cushing, Hipertireoidismo, Hipotireoidismo, Acromegalia, Hiperparatireoidismo.

- Medicamentos que podem causar HAS: IMAO, descongestionantes nasais em gotas, Antidepressivos tricíclicos, Buspirona, anticoncepcionais, antiinflamatórios, corticóides, hormônios tireoidianos, ciclosporina, eritropoietina. Drogas como cocaína também.

Tratamento não medicamentoso da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS):

- Se gordo emagreça, principal cuidado a ser tomado.

- Coma com pouco sal nos alimentos.

- Bebidas alcoólicas com bastante moderação.

- Se exercite regularmente.

- Ingira alimentos com fibras.

Resumindo: A Pressão alta ou Hipertensão arterial sistêmica é uma doença cardiovascular que
Se não controlada leva a lesões em órgãos importantes do organismo, tipo coração, cérebro e
Rim. Necessita de controle médico regularmente, independente de sintomas e/ou sinais
presentes. Seu controle é feito através de medidas regulares e freqüentes da pressão
arterial. Os cuidados com a doença incluem medidas não medicamentosas, como emagrecer,
comer com pouco sal, exercitar regularmente, pouca bebida alcoólica, vida equilibrada e dieta
saudável. O arsenal terapêutico é vasto, sempre haverá um bom medicamento que poderá ser
indicado por seu médico caso necessário. Cuide bem de você, seja zeloso consigo mesmo.
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Um comentário:

elsa marie disse...

Olá!
Gostei muito de ler.
Muito bem escrito.
Percebi um desejo sincero em ajudar.
Agradeço.
Elsa.