sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O uso abusivo de vitamina D.


















A algum tempo venho observando uma solicitação de dosagem de vitamina D para pacientes de qualquer idade e muitas vezes sem qualquer indício de alterações no padrão alimentar ou nos hábitos de vida. Houve até um caso de uma profissional não médico que diz estar repondo a vitamina em crianças diabéticas com bons resultados, é bom salientar que fica difícil avaliar bons resultados quando este tratamento está sob terapêutica com insulina e orientações dietéticas adequadas. Os profissionais de saúde devem somar esforços para beneficiar seus pacientes e não simplesmente agregarem para si os valores das boas práticas de saúde.

Quanto a vitamina D, ela se apresenta sobre 4 formas: ergocalciferol (alimentos), colecalciferol (hormonal), 25-hidroxicalciferol (metabolizada e armazenada) e calcitriol (metabolizada e ativa). Ela se deposita em vários órgãos como fígado, rins, baço, glândulas suprarenais, pulmões e intestino. Sua deficiência leva ao raquitismo na criança. Altas doses podem induzir ao aumento do cálcio no sangue (hipercalcemia) e aumento do cálcio na urina (hipercalciúria) e podem provocar perda do apetite, náuseas e vômitos, irritabilidade, fraqueza, aumento da diurese e da ingestão de água, taquicardia, cálculo renal e desidratação.

Quando se dosa a vitamina D no sangue e ela - algumas vezes está - na faixa insuficiente, isto não significa que seu organismo está deficiente desta vitamina. Você pode apresentar baixa de vitamina D no sangue sem necessariamente estar com deficiência da mesma no seu organismo.
Lembre-se que a exposição a luz do sol por cêrca de 15 minutos todos os dias pela manhã bem cedo, 7 horas da manhã, e numa pequena região da pele, como a mão ou os pés é suficiente para estimular o metabolismo da vitamina D. Depois deste horário lembre-se de usar o filtro solar.

As vitaminas apresentam indicações precisas e não devem ser usadas sobre qualquer pretexto. Elas podem intoxicar, reagir com outros medicamentos, principalmente as lipossolúveis (A, D, E e K). Até o presente momento não há evidências científicas sólidas que justifiquem seu uso indiscriminado.

Leia mais sobre Osteoporose neste blog em postagem de 27/06/2011.
Fonte: Revista de Geriatria e Gerontologia Aptare, ano 1/ edição 1, agosto-setembro de 2012. 

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