sábado, 22 de agosto de 2009

Disfunção erétil - Sexualidade
















A Sexualidade é movida muitas vezes por incertezas, medos e inseguranças nossos e de outros e a construção de uma vivência é baseada em erros e acertos. Os homens apresentam maior dificuldade em abordar o assunto, já que cobram e declaram uma atitude de alta performance de seu desempenho masculino. Fracassos solitários e raros podem culminar em medo, ansiedade e um sentimento de menos valia em relações sexuais futuras.

Cobrança excessiva de desempenho, culpa, vergonha, preocupações, desinformação, falta de intimidade, pressa, facilidade das relações sexuais, supervalorização do sexo e banalização interferem e até impedem o melhor das sensações de uma relação sexual.

Sexualidade não se expressa simplesmente pelo ato sexual com a penetração peniana, ela envolve intimidade sexual que se traduzem por beijos, carícias e aconchegos.

Nas origens das disfunções sexuais existem aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais. Lembrando que todo homem possui seu período refratário próprio, que é aquele tempo entre atos sexuais que cada um guarda até concretizar uma nova relação sexual e que é variável entre os homens podendo ser de segundos a dias conforme idade e perfil individual.

Classificação das disfunções sexuais:

- Disfunção de desejo: Disfunção do apetite sexual, do desejo, da libido, da “tesão”, impropriamente conhecido como “frigidez”.

- Disfunção de excitação: Disfunção de ereção, lubrificação ou inadequadamente conhecida como de “impotência”.

- Disfunção de orgasmo: Disfunção da ejaculação que pode ser precoce ou retardada e falta do prazer ou orgasmo.

Dispareunia que é a relação sexual dolorosa e o vaginismo que impossibilita a penetração peniana por espasmo da musculatura vaginal podem existir na presença de desejo, excitação e orgasmo.

As causas das disfunções sexuais:

- Psicológicas: São as principais causas de disfunção sexual. Relacionam-se a possíveis fracassos prévios, momentâneos ou eventuais e a ansiedade.

- Conflitos intrapsíquicos: Relacionados à formação sociocultural, princípios éticos e morais próprios.

- Relacionamento: Relacionamentos desgastados, monotonia, hostilidade, agressividade, intolerância, ciúmes, desejos secundários, gostos e hábitos sexuais diferentes.

- Circunstanciais: Transitórios como desentendimentos, luto, separações, falta de privacidade, estresse, depressão, crises econômicas, etc.

- Desinformação: Tabus, mitos, sendo que estes têm grande prevalência em nosso meio. Mitos do pênis pequeno, do nunca falhar, do orgasmo obrigatório, etc.

- Orgânicos: Relacionados a doenças neurológicas, vasculares, endócrinas, urológicas, ginecológicas, psiquiátricas e uso de drogas ou medicamentos.

A disfunção sexual é uma realidade e deve ser encarada com naturalidade e maturidade, muitos a negam ou se sentem inferiores em compartilhar com o/a parceiro/a suas dificuldades. Um bom começo de superação seria um dialogo franco e sincero já que é muito difícil fingir uma ereção. A partir do momento que a questão é tratada com compreensão, carinho e respeito fica mais fácil a sua solução. A desconfiança gerada pela falta de cumplicidade tem levado muitos relacionamentos ao insucesso. Os parceiros muitas vezes passam a interpretar o/a companheiro/a como infiel ou se sentem incapaz de estimular desejos sexuais, o que acaba por gerar grande sentimento de insegurança. Quando ambos compartilham suas expectativas e deficiências a ansiedade diminui e o relacionamento ganha em afetividade.

Cabe, infelizmente, ressaltar que a disfunção sexual pode trazer ganhos secundários, muitas vezes até inconscientes para alguns, principalmente quando o sexo é usado como forma de poder e controle. Ela pode ser usada como forma de humilhação e menosprezo, podendo manter ou até agravar o problema. Muitos se utilizam da disfunção do parceiro para camuflarem sua própria disfunção.

Relativo à disfunção da excitação/ erétil – não desejo ou orgasmo que podem ter outras abordagens como psicoterapia sexual, hormônios, antidepressivos, etc.- ressaltamos que com o advento das medicações inibidoras da PDE-5 que estimula a vasodilatação dos corpos cavernosos mediada pelo óxido nítrico ereções mais eficazes tem sido observada em drogas como a Sildenafila/ Viagra®, Iodenafila/ Helleva®, tadafila/ Cialis® e outros, desde que haja uma boa interação entre o casal. Tais medicações em nada contribuem para a superação de dificuldades interpessoais de relacionamento. Elas têm indicação, efeitos colaterais e contra-indicações próprias e conhecidas por seu médico bem como disponíveis nas bulas dos medicamentos. Não se pode deixar de citar as próteses penianas e injeções de estímulo a ereção.

São profissionais habilitados a compartilhar seus problemas: urologista, ginecologista e sexólogo, bem como psicoterapeutas qualificados. Na dúvida não se acanhe abra o jogo com seu médico de confiança. Seja feliz.

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