terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Doença Herpética.
















A doença herpética é causada por dois tipos de vírus, o tipo 1 com prevalência nos lábios e mucosa da boca e o tipo 2 com preferência pela região genital. Suas manifestações são distintas individualmente já que dependem do estado imunológico do portador. O seu causador é o Herpesvirus hominus, DNA vírus, da família Herpesviridae. Tem como característica a capacidade de ficar em latência no organismo por longos períodos, com reativações esporádicas, causando os sinais e sintomas que serão descritos.
Manifestações clínicas da doença:


- Primo-infecção herpética: Em geral passa despercebida e ocorre quando o indivíduo adquire o vírus. Em alguns casos o paciente já manifesta os sinais e sintomas que podem ser graves e perdurar por até algumas semanas. Passado algum tempo o vírus entra em latência indo se alojar nos gânglios de nervos cranianos ou da medula, quando reativados migram pelos nervos periféricos, causando as lesões típicas em pele e mucosas.

- Gengivoestomatite herpética primária: Mais comum em crianças, pode variar de discreto a apresentações graves, com febre, vesículas (lesões bolhosas), adenopatias (ínguas) comprometimento do estado geral, edema da gengiva, transformação das vesículas em ulcerações e dificuldade para alimentação. Pode comprometer, também, a faringe e região vulvo-vaginal. Duração de até 6 semanas com cura e sem seqüelas.

- Herpes recidivante: Mais comum em adultos, nos lábios e mucosa da boca, com aparecimento de vesículas na área onde ocorreu a inoculação inicial do vírus. Seu aparecimento é precedido de horas ou dias de ardor, queimação ou coceira no local. Sobre uma base eritematosa (avermelhada) surgem as vesículas, que com seu rompimento formam ulcerações. Tem como fatores desencadeantes traumas locais, exposição solar, estresse, menstruação e infecções respiratórias.

- Herpes genital: As primeiras lesões surgem normalmente 5-10 dias após a contaminação pelo herpes vírus tipo 2. Apresenta prurido, ardor e as vesículas dolorosas no pênis, vulva ou ânus, que podem evoluir para ulcerações. O quadro pode ser acompanhado de dor de cabeça, febre e ínguas na virilha. Dura de 5 a 10 dias.

- Conjuntivite herpética: A contaminação inicial pode ocorrer no olho, com vesículas e ulcerações na conjuntiva ou córnea. Podem ocorrer recidivas e eventualmente causar cegueira. Uma forma de contaminação é o beijo nos olhos quando com lesões orais em atividade.
- Herpes simples neonatal: Ocorre devido a contaminação do recém-nascido na hora do parto, desde que a mãe apresente as lesões herpéticas em atividade. Neste caso se opta pela cesareana. As lesões são vesíco-bolhosas e graves, podendo levar a óbito e até deixar seqüelas neurológicas ou oculares.

- Panarício herpético: Recidivante e acomete os dedos das mãos e pés. São vesículas que podem formar uma única bolha, com adenopatias (ínguas) e até febre.
- Herpes neurológico: Por ser um vírus neurotrópico o acometimento do sistema nervoso central pode ocorrer com meningite, encefalite, radiculopatia e mielite transversa.

- Herpes em imunodeprimidos: O vírus em latência no organismo pode surgir com formas até graves em pacientes que apresentam alteração do seu estado imunológico como na AIDS, neoplasias, transplantados, doenças crônicas e outras infecções graves.

- Herpes na Gravidez: Quando o contágio inicial ocorre durante a gravidez a chance de complicações obstétricas é maior, tipo aborto ou contaminação fetal. A cesareana deve ser avaliada em parturientes contaminadas.

Modos de transmissão: Contato íntimo com superfície mucosa ou lesão infectante. No meio ambiente o vírus é rapidamente inativado. A transmissão assintomática pode ocorrer, sendo mais comum após 3 meses da primo-infecção e na ausência de anticorpos contra o HSV-1.

Período de incubação de 1 a 26 dias com média de 8 dias.

Período de transmissão de 4 a 12 dias após primeiros sintomas.

O diagnóstico é eminentemente clínico, apesar de haver testes como citológico de tzanck, sorologias específicas e PCR.

Tratamento com antivirais tipo aciclovir, valaciclovir e fanciclovir.

Medidas de controle: A busca por uma vacina representará o controle sobre a doença que possui uma elevada taxa de transmissão. O uso de preservativos masculinos ou femininos impedem o contato das lesões nas áreas por eles recobertas, mas não lesões na base do pênis, escroto ou áreas expostas da vulva. É importante a pesquisa de outras doenças sexualmente transmissíveis concomitantes.

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